sexta-feira, 5 de março de 2010

Lenda do Rio Ave (resumo)

Há muito, muito tempo, no tempo em que não havia ainda fronteiras entre a Galiza e Portugal, existia uma serra chamada serra de Agra. Do seu ponto mais alto avistava-se azul do mar. Mas a serra tinha uma magia, um encanto, um feitiço que a primavera chegava, muitas vezes, mais cedo.

E numa Primavera, a serra cobriu-se de luz, de flores, de cores e de perfumes. Um dos perfumes foi levado no ventinho quente que corria para norte, chegou muito longe, tão longe que trouxe à serra uma jovem pastora, vinda de longínquas serranias da Galiza. A serra continuou a espalhar o seu perfume que com o vento corria para ocidente, chegou ao mar, às areias doiradas de uma praia onde espelhava a luz do por do sol, atraiu um belo cavaleiro até às cores da serra. O cavaleiro era um conde muito bom, não deixava que os caçadores caçassem animais desprevenidos a beberem água junto a lagos, dizia que caçar era caçar animais como ursos ou javalis assim era uma luta de igual para igual.

Numa manhã o cavaleiro passeia pela serra atrás do perfume como se não houvesse amanha e de repente ouve a pastora a cantar. Para encantado com a beleza da bela cabreira e pergunta-lhe o que a trouxe a serra? Ela diz-lhe que veio desde a Galiza atrás do perfume da serra, ao que o conde lhe responde que vinha de junto ao mar atraído pelo perfume também, apaixonaram-se e fizerem promessas e juras de amor eterno e nem deram conta do tempo passar, até que numa manhã chegou o corvo do conde com duas alianças nas patas, ele ficou triste e contou-lhe que aquilo era um sinal que tinha de regressar para a sua terra junto ao mar, pois elas estavam a ser assaltadas e ele tinha de ir ajudar a proteger as pessoas. Ela compreendeu-o e prometeu que o ia esperar.

O tempo foi passando e acabou a Primavera e as flores e prados foram secando mas ela já não se preocupava com as cabras e só pensava no regresso do conde. O tempo continuava a passar e já no inverno certo dia ela subiu ao ponto mais alto da serra para ver o mar, na esperança de ver algum sinal da sua volta, gritou sem poder suster mais tempo a sua imensa dor:

– Tenho de o encontrar! Tenho de o encontrar! Quem me dera ser uma ave e voar! Voar!

A serra também estremeceu de dor e fez um imenso eco:

– Encontrar…ar…ar…ar… Ser ave e voar… Voo …aar… aaar…

E a cabreira começou a chorar. E chorou tanto, tanto, que as suas lágrimas se transformaram num rio. Então, a serra rasgou-se, abriu grandes fendas e longos caminhos para que as águas do rio chegassem depressa às terras do conde, às areias da sua praia, à vila do Conde.

Talvez ele pudesse sentir as suas mágoas e a viesse buscar!

As pessoas deram o nome da Serra da Cabreira para que a formosa pastora jamais fosse esquecida. E o rio formado pelas suas saudosas lágrimas, deram o nome de Rio Ave, porque a cabreira desejou ser ave para se poder juntar ao seu amor.

1 comentário:

  1. Olá Rita! Gostei de ler mas podias ter usado mais palavras tuas e reduzido bastante o tamanho do texto. Assim era mais resumo, não te parece?
    Sabes que nos resumos, raramente se dá voz aos personagens. Usa-se o discurso indirecto.

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