domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Lenda Dos Três Rios (resumo)

Era uma vez três rios amigos que, estando fartos de viver só na nascente, combinaram uma corrida até ao mar. Eles não sabiam o que era o mar e estavam desejosos de o conhecer. Apostaram para ver quem primeiro chegava ao mar e a partida ficou marcada para o dia seguinte. E assim foi.
O primeiro acordou muito cedo, espreguiçou-se e começou a viagem calmamente escolhendo os melhores caminhos sem grandes pedras ou precipícios. Por onde passava, toda a gente o cumprimentava e lhe desejava boa viagem. Apercebeu-se então que lhe chamavam Tajo e ele gostou do nome. Continuou feliz a sua viagem e encontrou pelo caminho outros ribeirinhos que também queriam ver o mar e convidou-os para se juntarem a ele. Aos poucos o Tajo foi crescendo e alargando e foi-se transformando num grande e belo rio, cheio de peixes que oferecia aos pescadores e também gostava de ir regando e tornando férteis as terras por onde passava. O seu próprio nome foi mudando para Tejo quando se encontrava já perto do mar, por onde entrou calmo, largo e feliz.
O segundo ribeiro, quando acordou, viu que um dos amigos já se tinha ido embora, ficou atrapalhado pensando que já não seria o primeiro a chegar ao mar. Levantou-se de imediato e lá foi ele, ainda cheio de sono, a correr quase sem escolher caminho, por terras baixas e secas, sem ligar a quem por ele chamava:
- Vadi-Ana! Vadi-Ana!
Era o nome a que já se habituara e só se apercebeu da correria em que ia quando viu que lhe tinham alterado o nome para Guadiana. Acalmou, descansou um pouco, pensou no novo nome e encontrou novos amigos que se juntaram a ele e todos juntos e felizes chegaram ao mar. O Guadiana só ficou um pouco triste quando viu o Tejo já no mar.
O terceiro amigo só acordou quando o sol já ia alto. Ficou bem aflito e, sem mesmo lavar a cara, largou em grande correria, sem olhar caminho, saltando por montes e vales. Só pensava no atraso e na aposta que iria perder. Corria, corria, ofegante, sem reparar nas suas margens agrestes, altas e cobertas de vinhedos. Não deu conta sequer que, por onde passava, ora lhe chamavam Durius, ora Duero e, finalmente Douro. Entrou no mar em grande turbulência, desolado por ser o último a chegar.
Esta lenda refere-se aos três grandes rios que atravessam Portugal. Se olharmos as suas margens, confirmamos as lezírias verdes e calmas do Tejo, as planícies secas e quentes do Guadiana e as montanhosas margens do Douro.
Francisco Gil 21/02/2010

1 comentário:

  1. Parabéns, Francisco! Temos que agradecer a ajudinha a alguém?
    Mas... afinal, é assim. As pessoas que nos rodeiam e gostam de nós, participam na nossa vida e nas nossas tarefas com dicas e ajudas. Não é?

    ResponderEliminar